Agora atravesso o jardim em passos largos. Não me sento no banco, sustenho a respiração o quanto posso para que não fique presa nas alucinações do perfume das flores. Mas fora dali, quanto mais força faço para te trazer à lembrança, mais distante me apareces, mais longe ficas. Arrependo a minha promessa e tenho vontade de voltar ao banco do jardim, de dizer sim de novo, que te quero a ocupar-me outra vez. Antes o sofrer por um amor ausente que nada ter, nem memória, nem cheiro de coisa vivida, só vislumbres de filmes de amor representados em salas escuras onde se chora por outros por não saber o que é chorar por si.
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©opyright Escritos Nefastos, Maria Manuel Gonzaga, 2009-2016