Não é justo nem apropriado que te venhas sentar no banco de jardim. O meu banco de jardim. O nosso que foi. Fiquei parada nesta procissão que todos os dias faço, talvez espere que a chuva esburaque de vez a terra e coma os restos do meu coração, mas não serás tu a desventrá-lo onde eu o enterrei. Ergues-te quando me vês, sorris, cobres o meu corpo com o teu guarda-chuva e tão próximo quanto dois estranhos falamos do tempo, da chuva que cai miudinho neste momento, do frio de Dezembro, de palavras que não me lembro de dizer.
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©opyright Escritos Nefastos, Maria Manuel Gonzaga, 2009-2016