Ofereceram-me um flor. Depois puseram a flor no meu cabelo. Eu ri. E perguntaram-me se eu não vía o que estava a acontecer. Calei-me porque o momento era sério. Entendi nesse instante que se falava de coisas do coração e eu não tinha visto. Cega. Envergonhei-me, quis fugir mas seguraram-me a mão. Pedi perdão, pediram-me tempo e esperança e eu não soube dizer nada.
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Talvez agora saibas o que custa ignorar a existência dos que estão, dos que passam. Não que o faça de propósito, mas deixaste de pertencer ao meu mundo, não te quero, incomodas a minha felicidade. Vai para longe com o teu olhar tristonho e melancólico. Procura quem te cure ou faz o que eu fiz, enterra o teu coração.
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©opyright Escritos Nefastos, Maria Manuel Gonzaga, 2009-2016