Deixo-me andar cá fora ao frio até tarde, muito tarde, até a luz toda se ir e eu não conseguir mais ver as pequenas aves. As estórias esgotam-se com a claridade e entro, ponho um xaile sobre os ombros e ouço os demais falarem como estou melhor, como tudo me passou, como tenho ido para a rua procurar a vida lá fora e olhar os céus, sorrir com os pássaros que emigram na busca de calor. Aconchego-me à memória dos teus olhos, da tua boca, do teu silêncio e são todos esses adeuses que me desligam a luz.
.../...
 
©opyright Escritos Nefastos, Maria Manuel Gonzaga, 2009-2016